segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Obrigada 2007!

No último dia do ano é tempo para balanço.

Tempo para pensar nos últimos doze meses e no que eles nos trouxeram. Este foi, sem dúvida, o melhor ano da minha vida até aqui. Este ano fui muito feliz!

Olhando para trás parece inacreditável tudo quanto me aconteceu. A minha vida começou a mudar no dia 08/03/2007. Ao fim de alguns meses de angústia e indecisão tomei a mais acertada resolução da minha vida. Terminei uma relação de quase sete anos para me entregar ao Amor da minha vida, o B.

Já o conhecia há mais ou menos dois anos, no ano anterior tínhamos passado muitas horas juntos, a trabalhar e fazíamos uma óptima equipa de trabalho. Essa proximidade fez com que nos começássemos a conhecer melhor e nos tornássemos inseparáveis. Daí ao amor foram dois passos. Ele reconheceu-o primeiro e teve logo a certeza de que era algo sério. Eu fui mais céptica. Tive medo. Mas não resisti muito tempo.

Duas semanas (ou terá sido menos) depois de começarmos a namorar já sabíamos que ia ser para sempre e desde aí nunca mais nos separamos por mais de umas horas.

No dia 20/07 assinámos a escritura da nossa casa e uma semana mais tarde estávamos a viver juntos. Desde esse dia o Amor só cresceu, mais e mais.

Por tudo isto só me resta agradecer-te pelo maravilhoso ano que me deste e pelo Homem perfeito que és. Amo-te muito, muito, muito!

Fim-de-Semana em familia

Eis-me de volta de um fim-de-semana em família. Durante anos tentei (de todas as formas) escapar-me aos chamados ajuntamentos que a minha família insistia em fazer. Quando não me conseguia escapar e ia acabava por me sentir sufocada, por sentir que não pertencia ali.

Não sei porquê agora isso mudou. Quando no dia de Natal estive com eles soube-me a pouco e fiquei cheia de vontade de repetir, de estar mais… Por isso voltei agora. A família a que me refiro é a minha família materna que é enorme. São muitos mas todos se adoram.

A minha família paterna é mais pequena (o meu pai tem apenas um irmão) e como os meus avós já faleceram há muitos anos acabam por nunca se juntar. Mas a família da minha mãe não é assim. São 5 irmãos, cada um casado e com dois filhos (alguns dos quais já casados ou com namorados) e os meus avós que felizmente ainda estão os dois vivos. Assim quando todos se juntam é uma casa cheia. Foi o que aconteceu este fim-de-semana (só faltou lá estar o meu irmão, a namorada e duas primas minhas). Assim éramos 22 lá em casa da minha avó no fim-de-semana.

Os meus avós moram numa cidade alentejana chamada Moura. É um local bonito, com muito calor no Verão e um frio imenso no Inverno. A maioria das reuniões de família é por lá. A casa é grande e acabamos por lá ficar todos.

Ainda agora viemos de lá e já tenho saudades mas sei que outras ocasiões como esta não vão faltar. Infelizmente não pudemos lá ficar para o Ano Novo (como os restantes) porque o B. tinha de trabalhar hoje. Mas de uma coisa tenho certeza: os que lá ficaram estão a divertir-se imenso. Há dias Felizes. :)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Egipto: Nova lei do Copyright

É impossível, hoje em dia, falar em arte sem se discutir os direitos de autor. É assim desde sempre, ou pelo menos desde que se começou a pensar nestas coisas.
Um dos mais conhecidos textos sobre esta problemática foi escrito em 1936 por Walter Benjamin, "A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica" e surge no rescaldo de uma Revolução Industrial que passa a permitir a cópia em larga escala e a custos reduzidos. Nesta reflexão, o autor relembra a condição essencial de uma obra (a "aura") que desaparece com a possibilidade da cópia.
Hoje, ao ler este artigo (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1314848&idCanal=14) não pude deixar de me lembrar desta questão. Até porque concordo com o Benjamin: A "aura" foi muito importante na antiguidade (quando a relação Homem/Obra de Arte tinha uma dimensão religiosa, quase sagrada) mas actualmente, a reprodução pode trazer muitos benefícios. A perda da aura (através da reprodução) leva a uma maior democratização da obra, a que o seu acesso seja mais facilitado.
Na minha opinião a aprovação, no Egipto de uma lei que obrigue ao pagamento de direitos de autor por obras com milhares de anos, vai ser mais prejudicial que benéfico. Se os industriais se virem obrigados a pagar um qualquer imposto para reproduzir um artefacto egípcio rapidamente deixarão de o fazer, optanto por um qualquer outro tipo de objectos. Ao fazê-lo as pirâmides perderão publicidade gratuita e inócua. Além disso, e neste caso particular não me parece, de forma alguma, que os originais percam "aura" pela existência de cópias. Não é a existência de uma reprodução de uma pirâmide no Louvre que levará a que as pessoas não visitem os originais no Egipto, antes pelo contrário, ao observar uma reprodução os visitantes sentir-se-ão com mais vontade de conhecer o original. Neste tipo de obra a experimentação é tudo e no caso de obras com esta magnitude é insubstituível. Daí que esta medida não me pareça que venha a ter implementação prática.
Compreendo o motivo que leva ao desejo de a implementar. As obras estão velhas e a começar a ruir. Mas para mim o futuro e a manutenção deve passar por outras acções que não a destruição de uma imagem de marketing que chega a todo o mundo. Porque não incentivar o governo Egipcio a um maior apoio, em detrimento de outros investimentos menos nobres? Para além disso o investimento privado é também uma solução.Não digo que coloquem faixas publicitárias nas paredes da pirâmide, mas associar a imagem a marcas, oferecendo-lhes a possibilidade de utilizar nas suas campanhas de marketing a "aura" de uma obra única. Não sei se seria possível, nem pensei muito nisso, mas parece melhor do que condenar estas obras ao abandono.

Dalí's Inferno

Quando decidi escrever um blogue ainda pensei duas vezes no nome a escolher mas depois percebi que tinha de estar relacionado com este Senhor.

Salvador Dali é, desde que me lembro, o meu pintor favorito. O primeiro quadro dele que vi foi “Persistência da Memória” e logo me apaixonei. Tem a ver com aquela coisa a que chamam sensibilidade, aquilo de que ouvimos falar tantas vezes. Olhar para algo e… adorar!

Para mim é isso que faz uma obra de arte, é isso que me faz gostar de uma obra de arte. Quando olho para alguma coisa e a sinto… quando me preenche, quando me trás algo novo. E isso aconteceu quando olhei pela primeira vez para a “Persistência da Memória”. Completou-me, encaixou nalguma parte do meu ser, e isso fez-me sentir bem. Lembro-me que vi esse quadro pela primeira vez no livro de história de arte de um amigo e que quis logo saber mais sobre quem o tinha pintado. Aí começou a minha Paixão pela obra e pela vida de Salvador Dali, tinha então 13/14 anos.

Desde aí pesquisei muito e conheci muitos dos seus quadros e todos me tocam de alguma forma. Não porque os consiga compreender (e quem compreende o génio de Salvador Dali se não o próprio?) mas consigo senti-los, senti-los como uma forma de expressão muito poderosa. Daí a escolher a minha formação profissional foi um pulinho. Queria saber mais e compreender mais o que é isso da arte, ou melhor, o que é isso da Cultura e licenciei-me em Gestão de Actividades Culturais.

Não podia escolher algo na vertente da criação artística pois nunca tive a habilidade e a criatividade para o fazer. Acredito seriamente que os artistas já nascem artistas, precisam de formação para crescerem e melhorarem mas o bichinho já lá está. Sempre. Assim escolhi a Gestão de Actividades Culturais. Inicialmente com o objectivo de trabalhar com artes plásticas mas rapidamente percebi que queria mais… Entretanto o curso acabou (já em 2005) e eu continuo a trabalhar em algo que nada tem a ver com isso. Apesar disso a cultura continua cá e não perco a esperança de um dia poder mostrar tudo o que apreendi, de o poder colocar em prática.

Quanto à obra escolhida para nomear este blogue foi uma entre muitas possíveis. Apesar de adorar a pintura em tela as litografias sempre me chamaram a atenção, talvez por nunca terem tido relevância suficiente para o autor as passar para tela. Relevância ou disponibilidade…

Na obra “Dalí’s Inferno” assume a posição de juiz, de quem decide a passagem das almas para o inferno. No início de um corredor que leva a um mar de chamas ele julga quem é digno ou não de passar afrontando a ideia cristã/católica que todas as almas almejam o Paraíso, o Céu. Dalí nesta obra mostra exactamente o contrário, que existem almas em busca do Inferno, que aí sim é possível encontrar a felicidade. Quando o vejo ali atrás da mesa, como num púlpito de um juiz não deixo de pensar que se está a julgar a si próprio e é isso que me “toca” nesta obra, a ideia de que nós devemos ser sempre os maiores juízes de nós próprios. Que a nossa moral deve guiar a nossa vida e não os pré-juizos feitos por terceiros e quartos.

Isto é para mim, de uma forma simples o que vejo no “Dalí’s Inferno”, sem que não é a análise feita por outros (teóricos e estudiosos da obra do autor) mas é a minha análise. Há mais alguma que importe?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Dias Felizes

Pensei muito antes de escrever o meu primeiro post, talvez até de mais, mas queria que fosse perfeito.
Depois percebi que a beleza das coisas está, muitas vezes, nas imperfeições e decidi deixar-me levar...
Estava hoje no meu sofá, à tarde quando me passou pela cabeça criar um blogue. "Para quê?" perguntou o meu marido. "Não sei bem, vamos ver". E é basicamente isso que quero fazer, criar este blogue post a post e ver no que dá.
O nome do blogue foi escolhido a dedo... tinha de ser algo do Salvador Dalí. Esta litografia (Dalí's Inferno) diz-me muito, mas disso falarei noutras oportunidades (que não vão faltar).
Por hoje quero apenas dizer que há "dias felizes" e hoje é um deles. Feliz Natal a todos!